segunda-feira, 14 de março de 2016

CIÊNCIA E RELIGIÃO: UM DIÁLOGO POSSÍVEL


EPISTEMOLOGIA

CIÊNCIA E RELIGIÃO: UM DIÁLOGO POSSÍVEL

 Nos últimos 50 anos, um movimento de"reconciliação" entre ciência e religião vem crescendo na sociedade, partindo, em boa parte, da própria comunidade científica. A ponto de a própria Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS) ter lançados projetos para promover tal aproximação e realizar, nos seus encontros anuais, seminários sobre a relação religião-ciência. Outras instituições ao redor do mundo promovem discussões semelhantes, como a Sociedade Européia para o estudo da Ciência e da Teologia, sediada na Universidade de Leiden, na Holanda, cujas conferências realizam-se desde 1986.
  Trata-se de duas áreas que tem metodologias muito diferentes. Na opinião do teólogo Eduardo Rodrigues da Cruz, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), a diferença de métodos não implica em uma incompatibilidade entre as duas áreas. Na verdade, Cruz prefere falar em uma relação entre ciência e teologia ao invés de entre ciência e religião, pois a teologia é um estudo racional baseado em fontes empíricas. O psicólogo Geraldo José de Paiva, do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), também rejeita a comparação direta da epistemologia da Ciência com a própria religião. "Não é uma questão objetiva, é como comparar ciência e responsabilidade social ou mesmo ciência e arte". Apesar de, em outras épocas, sob outras perspectivas, essas questões terem podido ser mais concretas. Esse tipo de consideração levou, em 1989, a Sociedade Europeia para o Estudo da Ciência e da Religião, uma das mais importantes organizações internacionais sobre o assunto, a mudar o próprio nome, substituindo Religião por Teologia.

Desfazendo Estereótipos

  Segundo Cruz, as duas áreas passam a parecer mais compatíveis quando se leva em conta que a associação da ciência com empirismo puro e da teologia apenas com Revelação divina são apenas estereótipos. Segundo ele, a teologia possui um empirismo e uma racionalidade que vão muito além da mera dedução a partir de dogmas revelados. Suas fontes empíricas são a experiência religiosa pessoal dos crentes e os dados fornecidos pelos exegetas, que analisam os livros sagrados que contêm as revelações. "A teologia trabalha muito mais com a experiência religiosa do que efetivamente a partir de dogmas". Além disso, "esses dogmas também são frutos de um longo processo religioso, às vezes com milhares de anos, e essas escrituras que são associadas à revelação divina não caíram prontas, são resultados de séculos de escrita".
 Há uma terceira fonte de dados empíricos da teologia: a própria ciência. Nos últimos séculos, os teólogos tem dialogado muito, para recolher material empírico, com as ciências sociais e da natureza. Cruz conta que, para interpretar adequadamente e melhor estabelecer a doutrina da criação, os teólogos vão conversar com teóricos da evolução, cosmólogos, arqueólogos e antropólogos. Desta forma, entre ciência e teologia já existe um diálogo.
 O estereótipo também aparece com relação à objetividade da ciência. Diversos filósofos, como Thomas Kuhn, Karl Popper e Imre Lakatos, têm mostrado que as teorias científicas possuem uma certa margem de independência dos fatos - os fatos empíricos não determinam totalmente as teorias - e que, na prática, as pesquisas científicas não se pauta exclusivamente pelo método científico tradicional, havendo diversos fenômenos sociais envolvidos na produção científica.
 Desta forma, Cruz avalia que o grau de racionalidade comum entre a teologia e a ciência é grande, "ao relativizar os estereótipos e procurar ver o que está por detrás deles". Além disso, segundo o pesquisador, a maioria dos teólogo abomina a postura fundamentalista de interpretar ao pé da letra as escrituras sagradas - atitude que poderia levar, por exemplo, a admitir que o mundo tem apenas 6 mil anos de idade, para não falar em inúmeras violências físicas e culturais.

Fundamentalismo Religioso

  Tais interpretações levam a noções incompatíveis com o conhecimento científico, mas trata-se de uma postura minoritária. Geraldo José de Paiva explica que a "Bíblia foi escrita em uma determinada época, com uma determinada cultura, com uma determinada linguagem e segundos certos gêneros literários. Os gêneros literários têm que ser reconhecidos para se saber o que o autor quer dizer". Paiva exemplifica com o Cântico dos Cânticos, da Bíblia cristã, que está recheado de metáforas. No versículo 15 do capítulo 5, diz: "as suas pernas são como colunas de mármores, colocadas sobre base de ouro refinado". O sentido não é que as pernas sejam como colunas de mármore, mas que são "lindas e belas e majestosas", interpreta.
 Paiva classifica algumas dessas interpretações como idolatrias, por exemplo, quando alguém acha que ocorreu um terremoto no Marrocos porque os muçulmanos comeram carne de porco. E as idolatrias são rejeitadas fortemente pelas religiões. Assim, ao combater tais interpretações ao pé da letra, Paiva diz que a ciência realiza uma função importante para as próprias religiões. "É muito bom quando o cientista estabelece certas coisas que contradizem uma imagem ou um conceito falso de Deus", diz: "Quando os cientistas dizem que cientificamente não se pode estabelecer uma correlação entre o terremoto e comer carne de porco, eles estão, na verdade, purificando o conceito".

Correntes Alternativas

 Cruz vai mais além, defendendo uma aliança entre religião e ciência contra abordagens alternativas que ele caracteriza como híbridas - referindo-se a correntes contemporâneas ligadas, por exemplo, a certos movimentos milenaristas e às correntes holistas contemporâneas, como o movimento transdisciplinar e o paradigma da complexidade. Entre os representantes mais populares de tais correntes estão o físico austríaco Fritjof Capra e o médico indiano Deepak Chopra. Ao contrário das interações da ciência com a religião, as relações com essas correntes não são amistosas. Estas últimas, na opinião de Cruz, misturam tradições milenares, como as filosofias orientais, alquimia e astrologia, com conceitos da ciência e da religião ocidentais e, ao fazê-lo, "não fazem jus nem a uma nem a outra". Assim, a incompatibilidade não é apenas com a ciência: Cruz reconhece essas correntes como uma ameaça contra as próprias religiões monoteístas (que aceitam um só deus - cristianismo, judaísmo e islamismo). "Porque dilui as barreiras entre o sagrado e o profano, entre a autonomia da divindade e a autonomia do mundo criado, e postula princípios que seriam até maiores do que a própria divindade".
  Ao contrário do que acontece com a teologia, Cruz não vê possibilidade de convergência entre essas correntes e a ciência. A razão é que elas não têm algo que é essencial tanto na teologia quanto nas ciências modernas, que é a autocrítica: a possibilidade de detectar problemas de cunho empírico ou lógico e reformular as teorias.
 Mesmos conceitos científicos mal interpretados podem influenciar beneficamente os rumos da sociedade. Paiva reconhece, por exemplo, que o princípio da indeterminação, ou da incerteza, de Heisenberg, da mecânica quântica, mesmo que seja mal compreendido por muitos, abriu uma porta para a subjetividade, influenciando a epistemologia de outras áreas da ciência. Paiva exemplifica com a sua própria área, a psicologia. "Eu mesmo peguei uma época em que a psicologia acreditava numa objetividade pura do que estava acontecendo. Agora, se percebe que isso não é real". O princípio da indeterminação, consequência dos postulados da mecânica quântica, diz que há um limite mínimo na incerteza para qualquer medida física, intrínseco à Natureza, o que parece relacionar o observador com o fenômeno observado de uma forma até então inédita na física.

Mudança Afetiva

 Isso não quer dizer que essa mudança na psicologia seja uma consequência direta do princípio de indeterminação; trata-se de um movimento muito mais amplo. Tanto esse exemplo como a mudança nas relações entre ciência e religião nos últimos 50 anos estão ligados, segundo Paiva, às mudanças culturais da década de 1960. Não foi só a cabeça, foi a disposição das pessoas. Por exemplo, o igual direito de todas as culturas se expressaram e terem voz "modificou completamente as bases da epistemologia". Hoje se está respeitando muito mais o conhecimento como um produto do sentido produzido por agrupamentos humanos em relação ao ambiente que os cerca e em relação à sua própria posição nesse ambiente.
  Além disso, Paiva identifica uma relação com uma fragmentação cultural na sociedade ocidental, em diversos níveis. A reação a essa fragmentação cultural na sociedade ocidental, em diversos níveis. A reação a essa fragmentação, uma busca de unidade, teria levado à relativização das posições epistemológicas das ciências e uma nova relação da ciência com outros campos, notadamente a religião. Paiva adverte, entretanto, que junto com isso vieram tentativas de estabelecer um concordismo apressadoentre ciência e religião e outras áreas, como o misticismo.
  Essa fragmentação cultural seria consequência das correntes intelectuais derivada do método experimental da ciência e da superespecialização, por muitos identificada com o conceito de pós-modernismo (Paiva prefere chamar de modernidade avançada). O pesquisador, na verdade, se questiona até que ponto essas correntes levaram a tal fragmentação, um movimento compensatório que leve a novas posturas. Mesmo assim, ele enfatiza que tal movimento seria não somente racional e lógico, mas também afetivo, no sentido de se recompor uma certa unidade perdida. E esse desejo de uma unidade humana também atinge epistemologicamente a própria ciência, como ele exemplificou na psicologia.
 A ênfase no afetivo também aparece na religiosidade dos próprios cientistas, de acordo uma pesquisa feita por Paiva em 1995. Analisando entrevistas feitas por ele com cientistas da USP já experientes nas áreas de física, zoologia e história, a conclusão foi de que nenhum deles optaram pelo repúdio ou pela aceitação da religião por motivos relacionados à sua ciência. Fizeram suas escolhas por uma espécie de posicionamento geral da vida do cientista como ser humano.
 Mesmo que alguns cientistas afirmem ao contrário, são afirmações colocadas dentro de um certo contexto específico, diz Paiva. Quando você sai daquele contexto, essas mesmas pessoas têm um comportamento muito diferente em relação a essa ligação entre ciência e religião. No caso de se ensinar ou não religião para os filhos, o raciocínio não é científico, mas de inserção social, de dar um certo sentido de moralidade para eles ou possibilitar uma certa experiência que mais tarde eles poderão acolher ou rejeitar, ao invés de não possibilitá-la. Pesquisas na Europa, em lugares como a universidade de Nijmegen, apresentam resultados semelhantes. O que mostra que o cientista, felizmente, antes de tudo é um ser humano, conclui Paiva.
  Esta preponderância do afetivo sobre o racional na relação pessoal dos cientistas com a religião é corroborada pela evolução da proporção de cientistas religiosos e ateu ao longo do século XX. Desde as primeiras pesquisas, publicadas em 1916 pelo suíço James Leuba (um dos primeiros psicólogos da religião), até as últimas, como as publicadas em 1997 por Edward Larson e Larry Witham, cerca de 39% dos cientistas pesquisados creem em um deus, 45% não creem e 15% têm dúvida ou são agnósticos (não assumem nem a crença e nem a descrença).
 A descrença, entretanto, é maior entre os cientistas mais eminentes. De acordo com uma nova pesquisa realizada pelos mesmos autores em 1998, restringindo-se a esses cientistas mais eminentes, apenas 7% deles creem num deus, 72% não creem e 21% têm dúvida ou são agnósticos.


Referência:

Retirado do site:

www.comciencia.br

domingo, 13 de março de 2016

Jesus está à porta!

Ensaio Teológico sobre Apocalipse 3.20.



"Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo." (versão Almeida Revista e Atualizada).

O Apocalipse é um dos textos mais difíceis de interpretação, haja visto que sua linguagem possui muitos silogismo, metáforas e entre outras figuras de linguagens. Porém, o texto supracitado acima é de maneira geral interpretado de maneira equivocada por muitos de nós.
Muitas vezes não temos um critério de análises para poder afirmar algo, entretanto, já afirmamos pelo simples fato que alguém já comentou e afirmou ser uma verdade, não temos essa acuidade de antes repetimos analisarmos o textos ao qual estamos nos referindo. Haja visto que o mundo da teologia é bem vasto e onde se comenta alguma coisa boa ou ruim esse comentário vai longe, principalmente se for pessoas de "renome."
Iremos analisar somente este versículo. Mas é bom o estudante, ou o interessado analisar cuidadosamente os outros versículos, os antecedentes e posteriores para não gerar uma interpretação equivocada de um outro modo.

Há quem diga que este versículo é para osnão crente, os ímpios, entretanto, pelo fato de que Jesus está à porta batendo, e ninguém está escutando. Como se somente os ímpios não escutassem o bater à porta e a voz do Mestre. Entretanto, vemos que quando as pessoas batem à porta estão querendo entrar em uma casa conhecida, de parentes, amigos ou quando há um interesse qualquer, afins de comércios de compra, venda, pagar e outros mais, mas geralmente é de alguém que conhecemos e que temos alguma afinidade com essa pessoa. Na Mundo Antigo poderia bater à porta de uma pessoa de duas maneiras, se batia com uma argola metálica, ou simplesmente chamava a pessoa. Neste caso Cristo está batendo à porta com as duas opções batendo e chamando, aludindo assim o quão era importante entrar no recinto do crentes laodicenses.
Baseados nestas prerrogativas Cristo derrepente pode estar à porta batendo em uma casa conhecida, que é a dos crentes laodicenses.
Não falta chaves (Apocalipse 1.18; 3.7) para Cristo entrar, entretanto, Ele deixa que a pessoa caia em si e resolva abrir a porta para Ele.
A dos ímpios primeiramente tem que ser pregada a Palavra e só depois Cristo entrará para reinar e fazer a obra, esse modo de ver é de uma maneira bem a grosso modo é claro que neste interim há mais coisas, mas não é o caso aqui de comentá-las.

No fim da era da Igreja, Cristo estará do lado de fora da mesma. Isso se dá ao fato da grande apostasia. Onde a Igreja perderá de vez sua identidade e sua crise será horrível, para toda a Igreja como em conjunto, ou individualmente. Será na grande tribulação que se dará a grande apostasia, que só depois se dará o grande advento de Cristo, a sua parousia, ou segundo advento. Esta é a interpretação escatológica, apesar de ser uma "verdade" bem possível, não é a única interpretação aceita entre os autores.

EIS - O que há de interessante aqui é que o Senhor está do lado de fora a espera da ação do homem neste caso.
É indiscutível o valor da vida humana aqui. Há uma interligação entre o Senhor e o dono da porta. De um lado o Senhor, Jesus, está do lado de fora esperando a boa vontade do homem para abrir esta porta, para admiti-lo.

À PORTA - a porta é um silogismo da entrada e da admissão. É o elo de ligação entre Cristo e o Homem. Aqui há pelo menos dois modos de vermos esse termo. Primeiramente ao que está por dentro somente ele tem a chave e pode abrir, aceitar que o Senhor entre e transforme a sua vida; aceitar que o Senhor entre em nossa casa é aceitar mudança de vida, entretanto, o homem pode deixar a porta fechada, impedindo que o Senhor entre. Isso simboliza a rebeldia e a perversão humana no tocante a vontade. Ou seja, ele não quer deixar que o Senhor entre e mude sua vida, ele reprimi toda e qualquer hipótese que o Senhor queira fazer para ajudá-lo, sendo assim não poderá receber a libertação, a transformação da parte de Deus para a sua vida.
A porta é a vida do indivíduo, da igreja ou da comunidade religiosa presente.
O Senhor tem até o poder de abrir a porta, mas Ele não quer abrir, porque espera que o homem faça de bom agrado, de vontade própria. O Senhor não é um vizinho, ou até mesmo um parente mal educado que entra sem bater, mas Ele bate e espera que o homem venha abrir, pois Ele quer fazer parte de um círculo íntimo de sua vida.
Um quadro de pintura de Holman Hunt, em que Cristo aparece diante da porta, a bater, não mostra maçaneta do lado de fora. É que só pode ser aberta pelo lado de dentro. Um homem certa feita levou seu filho pequeno para ver essa pintura. O menino ficou ali pensando, por alguns momentos, e então perguntou: "Por que não abrem a porta?" o pai respondeu: "Pois não podem ouvi-lo batendo". O menino considerou a resposta por mais alguns momentos, mas não ficou satisfeito com a mesma."Não", disse o garoto, "mas é que estão muito ocupados no quartinho dos fundos, fazendo outras coisas, e nem sabem que Jesus está batendo na porta."
Nessa resposta está uma grande verdade, os crentes de Laodicéia estavam tão atarentados com seus comércios, com suas riquezas, com sua espiritualidade, que não era boa, estavam empobrecidos espiritualmente, eram miseráveis, que nem sabiam que Cristo estava a espreita e que estava batendo à porta. Tão era sua surdez que não tinham a capacidade de ouvir o batido na porta. E nessa condição se encontram muitos hoje em dia, não há mais quem ouça o bater de Jesus estamos deixando Ele do lado de fora de nossa vida, ministério e principalmente de nossas Igrejas, são pessoas que estão na igreja, fazem parte da igreja, comungam, mas na verdade estão afastados de Cristo com seus pensamentos longínquos do Reino. Estamos no último cômodo da casa, o quartinho secreto que ninguém entra, é o quarto da bagunça, da solidão, da tristeza, da depressão, das coisas ocultas, é o quarto que a entrada é proibida. Cristo está batendo quem pode ouvir o seu bater?

E BATO - A prerrogativa agora é que Ele está batendo e parece que os ouvidos dos crentes de Laodicéia está agravado, tampado e ninguém ouve o Senhor bater. Esse bater diz-nos que nós devemos nos esvaziar do nosso "eu", se quisermos desfrutar da comunhão com Cristo, visando à nossa restauração e infinita transformação.


"Aquele que é rico veio à habitação dos pobres, desvendando o seu amor e procurando receber outro tanto; também não se retirava ele de quem o repelia, e nem se sentia desgostoso com a insolência; antes, buscando-o, ficou assentado à sua porta, e, para mostra-lhe seu amor , faz tudo, entristece-se, suporta tudo e morre"  (Nicolaus Cabassilas, místico grego do século XIV).


OUVIR A MINHA VOZ - Cristo tanto bate à porta como fala também. Mas o crentes estavam realmente ocupados para ouvi-lo. Essa voz é a do "Bom Pastor", é o porta voz do céu, a linguagem suprema do amor, a voz da consciência. Esta voz ninguém da devida atenção.


A VOZ DIVINA

A voz de Jesus, Cabeça e Alvo do homem, buscando, tranquilizando,
A voz de Deus, severa, convidando, insistindo,
A voz do Espírito, pleiteando suavemente, persistindo,
A voz no intímo, insistente, convencedora, convincente.

Todas essas são uma só Voz,
Que exige que se faça uma escolha.

Essa voz, que conheço há muito tempo, ora dentro, ora fora,
Algumas vezes a ela cedo, ou então rejeito em dúvida cega;
Mas nunca sou abandonado e nem ignorado por esse testemunho inexorável,
Nunca deixado no meu estado de fraqueza tão deplorável.
Russell Champlin


ABRIR A PORTA - Este caso se dará quando o indivíduo estiver ciente que Jesus quer entrar para transformar a sua vida, que conduz ao arrependimento e à santificação, e, finalmente, à glória, na medida em que o crente for transformado segundo a imagem do Filho de Deus.

ENTRAREI EM SUA CASA - Casa aqui significa "vida". É entrar na vida do indivíduo, em sua alma para transformar o crente segundo a imagem de quem falava na igreja, porquanto essa é a sua casa, usurpado por homens mornos, sem zelo espiritual.

CEAREI COM ELE E ELE COMIGO - O costume do Oriente em uma refeição comum era a prova de confiança e afeto. Os leitores originais deste livro entendeu claramente a passagem. A Igreja morna e apóstata, é restaurada a confiança e ao afeto passando a comungar com Cristo, bênçãos essas que perdera devido a deslealdade. O banquete efetuado no reino é o símbolo de comunhão e bem estar eterno em Deus.


"O toque da comunhão divina em Cristo, é o elixir que transforma a escória em ouro. Recebemos esse elixir na mesa do banquete de Deus."


Cristo está à porta dos cristãos batendo. Esta é uma realidade de todos nós, entretanto, muitos de nós (isso porque não se deve generalizar) sempre temos uma porta fechada para Deus. Há as vezes alguma coisa que não queremos que os outros saibam, escondemos de qualquer maneira e trancamos a sete chaves pensando em escondê-las, porém, isso nos leva a esconder do próprio Deus deixando assim a porta fechada. Não queremos que nem mesmo Ele saiba de nossas fraquezas, pecados, omissões seja lá o que for, fechamos a porta de tal maneira que não permitimos que Cristo entre e ceie conosco. Devemos levar em consideração que quando alguém vá em nossa casa e come é porque essa pessoa é bem íntima nossa (exceto exceções), logo Cristo é mais que íntimo nosso, ele é nosso Amigo, Mestre, Senhor, "Esposo", enfim são muitos adjetivos que podemos colocar, mas não devemos esquecer nunca que Cristo é nosso confidente. É como se fosse uma relação entre pai e filho (i é, Deus nos chama de filho), entre irmãos, amigos íntimos, entre esposa e esposo cujo o qual o enlace nunca se rompe.
É muito difícil termos pessoas com a qual podemos nos abrir e contar todos os nosso problemas, mais difícil ainda é poder contar com pessoas para nos ajudar sem esperar nada em troca, difícil  é confiarmos sem nos decepcionarmos com os "amigos" entretanto, Cristo é muito mais que isso, Ele está acima de todas as expectativas sobre quaisquer enlace sentimental.

Mais interpretações adjacentes acerca do versículo.

1- A referência escatológica é óbvia em todo o versículo. Cristo está à porta, e sua vinda se dará em breve.
2- O apelo de Cristo, faz contraste com as severas advertências de juízo. O julgamento divino é uma medida de amor.
3- Mediante a moderação, a paciência e o entravamento dos apetites carnais, algum dia o homem será participante do banquete divino.
4- O fato de Cristo estar em pé diante da porta significa 3 coisas: a) Cristo não se acha nos corações de crentes mortos; b) Cristo reconhece o direito que que essa pessoa morna tem de deixá-lo do lado de fora e c) Cristo faz um assalto positivo contra a prisão que faz parte inerente do abuso de liberdade.
5- Ordinariamente, o convidado ceia com quem o admite em casa; mas aqui o Convidado divino também se torna o Hoteleiro, pois Ele é o Pão da Vida, aquele que oferece a festa do casamento.
6- Ensina claramente a realidade do livre-arbítrio humano. O Convidado celeste pode ser rejeitado, sendo-lhe negada a admissão.
7- Há declarações do Senhor Jesus que ilustram a verdade da reciprocidade. Este versículo pode ser confrontado com trechos como João 6.56; 10.38; 14.20; 15.4,5; 17.21,26.
8- A porta do arrependimento. No Talmud Shir Hashrim Rabba, fol. 25,1, encontramos as seguintes palavras: "Deus disse aos israelitas: Meus filhos, abri para mim a única porta do arrependimento, tanto quanto o fundo de uma agulha, e abrirei para vós portas mediantes as quais reses e gado de chifre poderão passar." Em Sohar Levit., fol. 8, col. 32, temos: "Se um homem ocultar o seu pecado, não o abrindo diante do Rei santo, embora peça misericórdia, a porta do arrependimento não lhe será aberta. Mas, se abri-lá diante de Deus santo e bendito, Deus o poupará, e a misericórdia prevalecerá sobre a irá; e quando ele lamentar-se, embora todas as portas lhe estivessem fechadas, contudo ser-lhe-ão abertas, e a sua oração será ouvida."